domingo, 11 de julho de 2010

O que será que é real?

Do jeito que ela sempre o via falar, parecia impossível que algum dia poderia entendê-lo tão bem.
Aconteceu, no caminho de casa. Os dois estavam cansados, para eles a farsa tinha perdido a graça - se é que algum dia teve, talvez... -.

Enquanto eles estavam sentados, observando tudo aquilo, eles pensaram a mesma coisa: "isso não existe!". Ela completou dizendo: "não existe amizade sem interesse, sentimento puro e amor verdadeiro". E a verdade começou a explodir ali mesmo, diante dos olhos dos dois.

- Eu não sei descrever o que eu tô sentindo agora. - Ela disse quando eles estavam na rua escura, longe de qualquer pessoa que pudesse ouvir e se sentir magoada sem nem saber se teria motivos pra isso.

- Não preocupa, eu sei como é. Agora você também sabe.

- Eu acho que tô andando demais com você. - Disse ela, olhando pra ele com uma cara debochada. Franziu o cenho. Andou olhando pra baixo, pensativa. Depois de um tempo de silêncio entre os dois, ela disse: Como pode ser assim? Eu nunca me senti assim, mas também nunca vi um teatro tão bem improvisado.

- Eu me sentia assim quando via a verdade. Agora você também a vê. - Disse ele confortando-a. - Eles atuam porque às vezes não suportam a verdade. - Completou.

Pensando se a farsa duraria até que se tornasse real, caminharam em silêncio. De volta pra casa.

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